sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Capítulo XI


Rachel leu a carta pela quarta vez e finalmente conseguiu compreender o que era aquilo. Suas mãos tremiam e lágrimas caiam de seus olhos. Sua princesa havia sido raptada. Rachel amassou a carta e a guardou no bolso do casaco. A menina estava desnorteada. Seu mundo estava caindo por terra, à solidão seria sua nova amiga. Seu coração se sentiu gélido e palpitava a cada suspiro. A menina percorreu todo o apartamento com os olhos e em cada canto ela via a imagem de Mischa sorrindo. Rachel fechou os olhos, as lágrimas escorriam de forma menos dolorosa assim, porém, o cheiro de Mischa estava impregnado no lugar. Logo, o sol havia nascido e Rachel fitava o horizonte. Estava vazio. Não havia para ir, para onde correr. Tudo estava perdido. Mischa havia ido embora e não voltaria, visto que jamais seria capaz de enfrentar a sua família. Aparentemente o jogo havia terminado. Os olhos de Rachel estavam em pleno desespero. A menina saiu do quarto e desceu as escadas rapidamente, atravessou o saguão como um cometa e logo estava em um corredor vazio. O colégio estava praticamente deserto, já que eram 7 da manhã. Rachel seguiu até o final do corredor e bateu duas vezes na
- Rachel? Veio me ajudar com as malas? – perguntou Blair enquanto bocejava e fitava a menina.
- Eu preciso de você. – Rachel tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. – Você é a única coisa que me resta agora.
Blair a fitou surpresa, não esperava ouvir aquilo. A menina respirou fundo e fitou Rachel. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, como nos velhos tempos. O sentimento de nostalgia invadiu Blair e essa ficou com os olhos lagrimejados ao ver Rachel tão frágil.
- Entre, vamos conversar! – disse Mischa após um longo suspiro.
Rachel entrou no apartamento da menina pela primeira vez. Não era diferente do que ela imaginava, o que a surpreendeu foi o fato de Blair ainda ter foto das duas em porta-retratos. A menina ficou a fitar as fotos e sentiu uma confusão dentro de si.  
- Diga-me, Rachel. O que há desta vez? – Blair sentou ao lado de Rachel no sofá e colocou a mão sob a coxa da menina.
- Mischa foi embora. – Rachel respondeu sem fita-la.
- Vocês terminaram? – perguntou Blair surpresa e com o cenho franzido.
- Não! – Rachel passou a mão pelos cabelos e fitou a ex-namorada. – Aparentemente, a avó dela é uma fascista e a levou para a Suíça essa manhã.
- Fique calma, eu estou com você. – Blair fitou os olhos verdes da menina.
- Ela recebeu uma carta da avó e nós íamos fugir, mas ela apareceu aqui pela manhã enquanto eu esperava a Mischa no bosque, quando fui procura-la encontrei apenas um bilhete. – Rachel fitou os olhos de Blair. – Apenas um bilhete.
Blair fitou a menina e mordeu os lábios. Nada doía mais do que ver Rachel tão frágil e aos pedaços. A garota suportava qualquer coisa, exceto ver Rachel chorar, esse era o seu calcanhar de Aquiles. Porém, ninguém jamais poderia saber disso.
- Você disse Suíça? – perguntou Blair se levantando do sofá.
- Sim. – Rachel sussurrou.
Blair se virou e foi até o quarto. Rachel ficou a fita-la de longe. Não demorou muito e a menina voltou para a sala. Blair mantinha uma expressão seria no rosto, mas podia se ver as lágrimas brotarem em seus olhos.
- Tome. Vá encontrar sua garota. – disse Blair entregando suas passagens de avião com destino à Suíça. – Estão marcadas para hoje à noite. Aceite como um presente de alguém que quer ver você feliz, independente de qualquer coisa. – Blair tentou sorrir, mas foi em vão. 
Rachel não conseguiu entender o que se passava diante dos seus olhos. A menina secou as lágrimas e fitou a menina que tinha os mais profundos olhos azuis. Blair mantinha uma expressão séria, mas seus lábios tremiam.
- Porque está fazendo isso? – perguntou Rachel enquanto fitava a menina com a passagem na mão.
- Porque eu não quero te ver em pedaços outra vez. Eu te salvei do abismo uma vez, e estou disposta a salvar quantas vezes forem necessárias, entenda isso. – Blair deixou uma lágrima escapar de seus olhos.
- Não consigo entender. – Rachel revirou os olhos. – Você era a última pessoa que eu pensei que faria isso por mim.
- Então porque bateu na minha porta aos prantos? – Blair a fitou.
Rachel sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao sentir o olhar da menina. Ela tinha razão. Rachel havia procurando-a, mas não entendia por que. Seu coração apenas a direcionou para ela.
- Como você disse “eu sou a única coisa que você tem” – continuou Blair. – E eu sempre estarei aqui assistindo você ser feliz, leãozinho. Isso é o suficiente para mim. – Blair fitou os olhos da menina, suas mãos tremiam junto com seus lábios e essa queria que tudo aquilo terminasse logo. – Acho melhor você ir arrumar suas coisas, o voo sai as 14:00.
- Acho que eu nunca irei conseguir entender os seus mistérios. – Rachel deslizou o polegar pelo rosto da menina secando lhe uma lágrima.
- Não quero que entenda. Agora, vá atrás da sua garota e seja feliz. – Blair se direcionou até a porta e deixou o caminho livre para Rachel, literalmente.
- Eu não vou me esquecer disso. – sussurrou Rachel enquanto beijava-lhe o rosto.
A garota saiu e logo estava descendo as escadas com a passagem na mão. Blair ficou a fitar a menina, lágrimas escorriam pelos seus olhos. Blair sabia que o sentimento que Rachel tinha por Mischa era verdadeiro. Isso doía. Muito. Talvez Rachel realmente houvesse superando-a. Porém, um sorriso brotou em seus lábios. A menina entrou no apartamento e pegou o telefone. Depois de alguns minutos no telefone, Blair sorria estupidamente. Rachel foi em direção ao seu apartamento, precisava tomar um banho e se vestir. Ela iria salvar a sua garota, já que Blair acabara de salva-la. O abismo não estava mais aos pés de Rachel, e ela conseguia sorrir. Ela estava indo buscar Mischa, mas em seus pensamentos ela conseguia ver apenas Blair. Seus olhos ficaram lagrimejados e um sorriso bobo surgiu em seu rosto. Blair ainda era a mesma pessoa doce, amorosa, carinhosa, amiga e compreensiva que ela havia conhecido há anos atrás. Um sentimento de nostalgia invadiu a menina, seu coração já não estava acelerado e suas mãos haviam parado de tremer.
Rachel entrou no apartamento e começou a juntar algumas coisas que havia deixado para trás quando arrumou as malas com Mischa. Enquanto mexia no armário encontrou uma caixa de papel e mordeu os lábios. Logo, Rachel havia abrido a caixa. Todas as suas lembranças com Blair estavam ali. Fotos, a camiseta que Blair usava no dia em que se conheceram, um frasco com seu perfume, cartas e bilhetes escritos pela garota e uma pequena caixa de veludo. Rachel sabia do que se tratava. Era um anel de ouro com uma pequena pedra de diamante que ela havia comprado para dar a Blair no aniversário de namoro de ambas, mas esse dia não chegou. Seu coração palpitou ao abrir a caixa e ver o anel. Flashs de lembranças percorreram sua mente, portanto, a menina tratou de fechar a pequena caixa e guarda-la onde estava. Em seguida pegou a caixa com todas as outras coisas e a botou dentro de sua mochila.
Quando o relógio marcava 12:40 Rachel ouviu batidas na porta. Acho estranho, porém foi em direção a ela e abriu-a. Seus olhos se arregalaram e um sorriso desconcertado dominou sua expressão. Blair estava parada a sua frente com 3 malas e um sorriso provocante no rosto.
- Vou com você. – a menina disse sorrindo.
- Como assim? – Rachel estava confusa, porém, sorria.
- Meu tio conhece o dono da companhia área em que iremos viajar e foi fácil arrumar uma passagem. – a menina fitou Rachel. – Vai ter alguém para segurar a sua mão quando o avião for pousar. – Blair sorria docilmente ao comentar o medo de Rachel enquanto o avião pousava. Em todas as viagens que ambas haviam feito juntas, a menina sempre apertava a mão da ex-namorada e Blair a confortava com um abraço. O flashback invadiu a mente de ambas.
- Além do mais – continuou Blair depois do flashback – eu tenho um apartamento em Berna, você pode ficar lá comigo se quiser. – Blair revirou os olhos e sorriu.
Rachel estava desconcertada, mas não podia negar que estava feliz. Há algumas horas sua vida estava repleta de escuridão e agora, era como se um anjo tivesse aparecido e lhe segurado pela mão. Talvez anjos realmente existissem.
- Sendo assim, vamos para o aeroporto! – disse Rachel pegando as chaves do seu carro e a mochila que estava no sofá. – Deixe que eu te ajude com suas malas, é o mínimo que eu posso fazer. – Rachel sorria enquanto fechava a porta e pegava duas malas de Blair.
- Não pense que toda essa minha boa ação não vai ter um preço a ser pago. – Blair sorriu maliciosa. – As formas de pagamento podem ser escravidão e até mesmo serviços sexuais. – a menina riu.
- Seu preço é pagável. – Rachel riu e revirou os olhos. Estava feliz.
Logo, as duas meninas chegaram ao carro de Rachel e seguiram viagem até o aeroporto. No caminho, ambas conversavam sobre a Suíça e tudo o que haviam feito lá. Riam de coisas banais e trocavam olhares acompanhados de sorrisos quando o silêncio entrava em cena. Quando chegaram ao aeroporto faltavam 30 minutos para o embarque, portanto, as meninas foram almoçar.
- Vamos ao restaurante japonês. – disse Blair sorrindo.
- Não sei você, mas desde que inventaram o fogo eu parei de comer comida crua. – Rachel olhou a com um sorriso irônico no rosto.
- Não seja idiota. – Blair riu e puxou a garota pela mão. Sua mão estava quente e aquecia a mão sempre gélida de Rachel.
As duas foram para o restaurante e Rachel reclamava, enquanto Blair se deliciava com sushi. A garota ria do modo em que Rachel torcia o nariz enquanto comia e se sujava com o molho.
- Não sei por que estou fazendo isso. – resmungou Rachel.
- Porque você me deve. – Blair riu. – E pare de reclamar, eu sempre disse que um dia ia fazer você comer sushi comigo.
Rachel se lembrou de todas as vezes em que Blair insistia com ela para apreciar a culinária japonesa e ela sempre negava. As coisas haviam mudado agora, talvez Blair tivesse se tornado mais persuasiva. Ou talvez, as coisas estivessem realmente mudando de eixo. Quando terminaram de almoçar foram direto para a sala de embarque e logo, estavam no avião. Seriam duas horas de viagem até a Suíça. Durante o voo Rachel adormeceu e Mischa ficou a olhar a menina, um sorriso bobo invadia seu rosto e essa acariciava a mão de Rachel, já que logo o avião estaria em terra firme. Quando o piloto do avião avisou que realizaria o pouso dentro de minutos Rachel despertou e seus olhos estavam aflitos.
- Se acalme, eu estou aqui. – disse Blair fitando os olhos da menina e segurando sua mão.
- Eu estou bem, fique tranquila. – mentiu Rachel.
- Eu sei que não está com medo, mas eu estou. Então pode segurar a minha mão? – Blair mentiu, já que sabia que a garota jamais admitiria tal situação.
- Claro! – Rachel sorriu nervosa e logo apertava a mão de Blair que sorria.
Logo, o avião já havia pousado e Rachel voltara a ficar calma. As garotas desembarcaram, pegaram suas malas e foram em direção ao saguão do aeroporto. Rachel acenou para um taxi e logo, as meninas estavam a caminho do apartamento de Blair. No caminho Blair falava e mostrava os melhores lugares da cidade para Rachel.  A cidade era estupidamente bonita e Rachel se sentia feliz de estar ali outra vez, apesar das circunstancias.
- É aqui! – disse Blair ao taxista quando passavam por um prédio neoclássico de quatro andares e de cor mostarda.
As garotas desceram do taxi e botaram as malas no chão. Quando Rachel fitou o prédio, olhou para Blair e um sorriso bobo dominava seu rosto. A menina não podia acreditar no que via. Blair havia comprado o apartamento em que ambas ficaram quando viajaram para comemorarem um ano de namoro. Rachel não conseguia entender o porquê de a garota fazer isso, já que ela havia abandonado-a. Nada fazia sentido.
- Está surpresa? – perguntou Blair enquanto entrava no prédio e seguiam para o segundo andar.
- Você está brincando não? – Rachel a fitou. – Porque fez isso? Porque você veio morar aqui?
- Porque eu queria me sentir perto de você de alguma forma. – a menina respondeu enquanto abria a porta e adentrava o apartamento.
Rachel sentiu um sentimento intenso lhe invadir. Ela se lembrava de cada minuto dentro daquele apartamento. Seus olhos estavam em transe e conseguiam ver apenas as lembranças, doces lembranças de quando esteve ali com Blair. O destino estava brincando.

- Você conhece o lugar, portanto, se acomode. – disse Blair enquanto tirava a jaqueta e deixava sob o sofá. A menina vestia uma regata laranja e um jeans preto colado ao corpo.
- Está certo. –disse Rachel saindo de seu transe e indo em direção ao pequeno quarto no final do corredor. Era incrédulo como tudo estava exatamente como ela vira da ultima vez. Blair não havia mudado nada, exceto por pequenos elementos de decoração. Rachel estava se perdendo dentro das suas lembranças, e fugindo do real motivo pelo qual ela estava ali. Portanto, tratou de voltar à sala. A menina se jogou no sofá vazio e ficou a fitar o espaço.
 - E então, quando vai procurar a garota? – Blair a fitou enquanto tirava os sapatos de salto e os deixava no chão.
- Logo. – respondeu Rachel ao se lembrar de que teria um grande problema pela frente. – Só preciso descobrir onde fica a casa da avó dela.
- Deixe me ver o endereço. – pediu Blair se levantando e indo em direção à menina.
- Está aqui. – entrou o bilhete amassado que estava em seu bolso.
- É a dois quarteirões daqui. – disse Blair desnorteada ao ler o endereço pela terceira vez.
- Isso facilita as coisas, eu acho. – Rachel fitou a menina, sua respiração começava a ficar descompassada.
- Sim. – respondeu Blair deixando o bilhete sob a mesa.
O silêncio dominou a sala por alguns minutos. Rachel havia deitado no sofá e ficava fitando o teto, enquanto Blair lia um livro francês que estava na mesa de centro. O vento lá fora urrava, uma noite fria estava por vir e seria acompanhada por uma tempestade.
- Porque ficou tão quieta? – perguntou Rachel quebrando o silêncio.
- Estou lendo. – respondeu a menina rispidamente.
- Acho que irei ver a Mischa amanhã, o clima não me parece bom hoje. – disse a menina se sentando e fitando a janela.
- Faça o que achar melhor. – respondeu Blair sem tirar os olhos do livro.
- O que está havendo, Blair? – perguntou Rachel se levantando e ficando frente a garota.
- Você não vai querer começar essa conversa. – Blair fechou o livro e se levantou – Além disso, resolva o quanto antes essa sua situação. Não quero você aqui para aumentar a minha nostalgia. 

Rachel mordeu os lábios e apenas suspirou. Ela sabia que sua presença de alguma forma incomodava Blair. A menina, portanto, foi para o pequeno quarto que ficava no final do corredor. Blair continuou lendo na sala, não estava animada para desfazer a mala ou fazer qualquer coisa que fosse. A menina ficou deitada no sofá fitando o livro, mas seus pensamentos estavam em outro lugar. Não demorou muito e logo a noite chegou. Rachel acabara de sair do banho e tinha os cabelos molhados quando chegou à sala.
- Ainda está ai? – perguntou a menina secando os cabelos e se sentando no sofá frente a ex-namorada.
-Sim. Estou cansada. – respondeu Blair meio sonolenta. – Acho que vou para o quarto. – Blair se levantou e logo uma tonteira a abateu e essa quase desmaiou.
- O que houve? – perguntou Rachel socorrendo a menina em seus braços.
- Não é nada. Estou apenas cansada. – Blair tentou sorrir.
- Eu vou te levar para o quarto. – Rachel abraçou a menina pela cintura e a direcionou até a cama.
- Obrigada. – respondeu Blair em um sussurro enquanto se deitava.
- Ainda estou te devendo! – Rachel sorria enquanto cobria a garota com um cobertor, visto que a noite seria fria.
- Não seja boba. – Blair deslizou a mão pelo rosto pálido e ainda assustado de Rachel.
- Você quer alguma coisa? – perguntou Rachel mordendo os lábios.
- Eu estou bem. Vá descansar, amanhã você terá um grande dia. – a menina tinha um sorriso torto nos lábios.
- Tem certeza? – a menina passou a mão pelos cabelos de Blair. – De qualquer forma, estarei aqui do lado se precisar é só me gritar. – a menina sorriu.
Blair nada disse apenas sorriu e se ajeitou no cobertor. Rachel ficou parada no vão da porta fitando a menina, ao perceber que ela já havia adormecido foi para o seu quarto. Quando Blair ouviu o bater da porta se sentou na cama e pegou algumas capsulas de remédios na primeira gaveta do criado mudo. Sua respiração estava um pouco descompassada e suas mãos tremiam.
Quando os relógios marcavam 2:34 da manhã Rachel acordou ao ouvir Blair tossir, prontamente, a menina se levantou e foi até a garota ver o que se passava.
- Está tudo bem? – perguntou Rachel entrando no quarto e ascendendo a luz.
- Sim. – a menina respirou profundamente. – Não se preocupe, acho que peguei um resfriado durante a viagem. – Blair tentou sorrir, seu sorriso era forçado, porém, encantador.
- Não quer que eu passe a noite com você? – perguntou Rachel enquanto se sentava na cama.
- Isso não seria conveniente. – Blair riu.
- Digo, no bom sentido. – pela primeira vez em muito tempo Rachel tinha as bochechas coradas.
- Não há um sentido ruim de maneira alguma nisso. – Blair sorria docemente. – Mas não precisa se preocupar, eu já disse. Amanhã é um grande dia para você. – o sorriso se esvaiu de seu rosto.
- Eu faço questão. – Rachel fitou a menina nos olhos e em seguida tirou os tênis e se deitou ao lado de Blair. – Posso pegar um pedaço do cobertor? – perguntou a menina enquanto se ajeitava na cama.
- Pegue o que quiser. – Blair a fitou e sorriu.
- Obrigado, eu acho. – respondeu Rachel corando as bochechas.
Rachel deitou-se e ficou a fitar o teto. Todas as vezes que Blair tossia a menina prontamente se sentava na cama e perguntava-lhe se tudo estava bem. Blair apenas sorria e voltava a dormir. A noite estava fria e Rachel não conseguia dormir. Seus pensamentos estavam desvencilhados. Havia apenas um dia que ela não via Mischa, mas era como se tivessem passado anos e talvez até décadas. A manhã, a tarde e a noite que Rachel passara com Blair eram como anos perdidos que não tiveram fim. Aquele quarto havia sido cenário para a comemoração do primeiro ano de namoro entre Blair e Rachel. Por todas as paredes Rachel via cenas e flashs de tudo o que havia acontecido. Um sorriso brotou em seus lábios e uma lágrima escorreu sutilmente. O passado havia se tornado presente e o futuro havia se perdido em meio ao passado. Mas logo, o dia amanheceria e tudo seria traçado novamente.