quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Capitulo XIV


O dia já havia amanhecido quando Rachel despertou. Ao olhar para o lado percebeu que Amanda já não estava mais nada cama. A menina, no entanto, recolheu, vestiu suas roupas e em seguida foi até a sala do pequeno apartamento. Na porta da sala havia um bilhete com os seguintes dizeres.
Eu quero te tocar
Você quer me tocar também
Esse é um crime perfeito.
Rachel sorria enquanto lia o bilhete, antes de sair à menina o guardou no bolso. Ela não sabia se veria Amanda outra vez, afinal, não era a primeira vez que ela tinha uma noite fantástica com uma garota bonita e desconhecida. Logo, o sorriso de Rachel se esvaiu. Seus pensamentos estavam em Mischa. O sexo e o álcool havia sido bom, mas não o suficiente para apagar Mischa de suas lembranças. A menina controlou suas lágrimas e seguiu seu caminho. A noite havia sido fria, mas a manhã estava quente e agradável, portanto, havia mais pessoas pelas ruas e a praça em que Rachel visitara no dia anterior estava cheia de pessoas sorridentes comemorando a chegada do verão. Rachel desejou que a nova estação aquecesse não apenas a sua pele, mas o seu coração.
Rachel voltara para o apartamento de Blair já que todas as suas coisas estavam lá. Logo, Rachel voltaria para a Dinamarca e deixaria de vez tudo para trás. Quando chegou ao apartamento bateu na porta e ficou a esperar por Blair, que não demorou.
- Bom dia. – disse a menina enquanto abria a porta e segurava uma caneca de café na outra mão.
- Bom dia. – Rachel sorriu irônica.
Blair ignorou a presença de Rachel e continuou a tomar o seu café na cozinha enquanto lia uma revista de moda. Rachel se sentou no sofá e ficou a fita-la. Ela usava pantufas e tinha os cabelos presos em um coque. Estava fofa.
- Não vai me perguntar como foram as coisas? – perguntou Rachel após alguns minutos em silencio.
- Levando em consideração o fato de você estar cheirando a álcool e cigarro, acho que as coisas não foram tão boas, mas se eu considerar o fato de você ter dormido fora e ter um sorriso no canto dos lábios, talvez não tenha sido tão ruim. – a menina sorriu após proferir tais palavras e voltou sua atenção para a revista.
- Pode ao menos me ouvir sem decifrar tudo sobre mim pelo menos uma vez na vida? – Rachel se debruçou no balcão frente a Blair.
- Sim. – Blair riu e deixou um pouco de café cair em sua coxa, mas não se importou.
Rachel se sentou no balcão e contou como havia sido desde o momento em que entrara na casa de Mischa até quando bateu a porta da casa da garota. Blair a ouvia com uma expressão intacta no rosto. Não estava surpresa, não estava feliz, não estava triste, apenas ouvia a menina. Rachel após finalizar a história tinha lágrimas nos cantos dos olhos.
- E então foi isso. – Rachel esfregou os olhos e passou a mão pelos cabelos.
- Eu sinto muito por isso. – Blair finalmente a fitava. – Mas acredito que isso não seja totalmente verdade.
- Como assim? – Rachel a encarava. Seus olhos azuis brilhavam feito o mar no final da tarde.
- Eu via como ela te olhava, e mais do que isso, eu vi como ela me olhava. – Blair segurou Rachel pelo queixo. – Não desista tão fácil. Ela é só uma garotinha confusa e você é um tornado. – Blair sorriu.
- O que eu devo fazer? – Rachel fitou-a nos olhos. Seu coração batia lentamente e um sentimento de calma e tranquilidade lhe invadia ao fitar aqueles olhos azuis.
- Quer mesmo pedir conselhos sobre relacionamentos para mim? – Blair sorriu. Seu sorriso era lindo, havia sido desenhado por algum anjo no céu.
- Tem razão. – Rachel riu. – Às vezes me esqueço de que você é minha ex-namorada e que também já partiu o meu coração.
- Não seja melodramática. Há dias atrás você estava me odiando por ter aparecido na sua vida, e agora está aqui na minha frente sorrindo. – Blair passou a mão pelo rosto da menina. – Eu senti tanto a sua falta.
- Você está me deixando confusa. – Rachel a fitou com os olhos.
- Rachel não me olhe assim, você está apaixonada pela Mischa e eu não quero ser seu estepe. – a menina se levantou e sorriu ironicamente. – Eu tenho a minha sensualidade e dignidade ainda.
Rachel viu a menina ir para a sala e ficou a sorrir. Era estranho como ela se sentia bem ao lado de Blair. Aquele lugar, aquele verão que se iniciava, tudo estava em perfeita sintonia com o sorriso dela. Era como se o destino estivesse brincando outra vez. Era como se ela estivesse se sentindo segura ao lado de Blair, era como se ela estivesse se sentindo viva outra vez. Era como se nada tivesse acontecido nos últimos anos.
- O que vai fazer hoje? Procurar a Mischa outra vez? – perguntou Blair pintando as unhas do pé no sofá da sala quebrando o longo transe de Rachel.
- Hã? Acho que não tenho o que fazer lá. – Rachel fitou o chão e mordeu os lábios.
- Vem aqui. – chamou Blair com um olhar preocupado.
Rachel se sentou ao lado da menina e essa a puxou para um abraço. Logo, Rachel estava deitada no colo da menina e essa fazia carinho em seus cabelos. Blair tinha um sorriso sereno no rosto e Rachel fitava o teto.
- Blair...- chamou Rachel.
- Não diga nada. – a menina respondeu com a voz suave e serena.
Blair continuou a acariciar os cabelos de Rachel até que a menina adormeceu em seus braços. A garota deslizou sua mão pelo rosto da menina e uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Não havia palavras que pudessem explicar todo o sentimento que Blair tinha por aquela garota. Ela jogara tudo pela janela para ver Rachel ser feliz. Ela aceitara levar a culpa por toda a sua vida. Ela aceitara ser o lado ruim da história. Ela aceitara a solidão e a dor, apenas para ver Rachel sorrir. Porém, ela não podia negar que era bom tê-la em seus braços, mesmo que não houvesse futuro ou planos.
Após alguns minutos Blair se levantou calmamente para não despertar Rachel. A menina foi para o banheiro tomar banho e enquanto se despia sentiu seu nariz sangrar. A expressão no rosto da menina era de irritação, como se já não suportasse mais isso. Sem perder tempo, Blair se enrolou na toalha e foi até a cozinha pegar um de seus remédios. Rachel se remexeu no sofá, o que fez Blair prender a respiração por um segundo e voltar rapidamente para o banheiro. Enquanto tomava banho à menina via o sangue escorrer, porém, não se surpreendia. Após o sangramento cessar Blair saiu do banho.
- Vai sair? – perguntou Rachel quando viu Blair passar pela sala com os cabelos molhados.
- No meu mundo as pessoas não tomam banho apenas quando vão sair. – Blair riu. – Aliás, você precisa de um banho, o cheiro de álcool em você está me dando enjoos.
- Está grávida é? – perguntou Rachel se sentando no sofá e sorrindo.
- Com toda certeza! – Blair respondeu fitando e jogando lhe uma almofada no rosto.
- Vá tomar banho, vamos almoçar fora! – Blair disse enquanto secava os cabelos. – Tenho que comprar umas coisas na cidade e respirar um ar que não seja poluído por álcool e nicotina. – a menina riu ironicamente.
- Eu não demoro. – Rachel revirou os olhos e foi tomar seu banho.
Após quinze minutos Rachel havia terminado seu banho e vestia um short preto com uma regata que tinha a bandeira da Irlanda estampada. Após se olhar no espelho Rachel se lembrou que estava vestindo roupas que comprara quando viajara para esquecer Blair e agora estava com as roupas e Blair. A vida é mesmo irônica.
- Vamos? – perguntou Blair que vestia um vestido de tecido leve na cor verde.
- Claro! – Rachel sorriu ao ver que a menina estava linda. – Aonde vamos?
- Lembra-se daquele restaurante que fomos quando estivemos aqui? Que você disse que nunca mais comeria em outro lugar para não esquecer o sabor da comida? – Blair ria enquanto trancava a porta.
Rachel riu e ficou eufórica ao se lembrar do quão fantástica a comida era. A menina conseguia se lembrar de tudo que havia comido naquele dia. As meninas desceram as escadas sorridentes e com um sentimento de nostalgia eufórico. Como o restaurante era próximo dali, ambas foram caminhando e conversando como se nenhum dia houvesse passado desde aquela primavera. Quando chegaram ao restaurante, logo se sentaram em uma mesa que estava na sob a calçada. O dia estava quente e ensolarado. Havia felicidade nas ruas. Rachel e Blair partilhavam do mesmo sentimento. Após alguns minutos analisando o cardápio, as duas garotas decidiram dividir uma salada de verão, com peixe ao molho de alcaparras e batatas cozidas. Elas já haviam feito isso em um outro dia ensolarado. Enquanto esperavam pelo prato as meninas conversavam sobre besteiras e Blair não conseguia controlar suas risadas.
- Eu adoro o jeito como você sorri. – Rachel a fitou.
- Você sempre me fará sorrir. – Blair sorriu.

Havia um clima entre os olhares entrelaçados de ambas, porém, este foi quebrado pelo garçom que começara a servir os pratos. Logo, as garotas começaram a se deliciar com a comida e com o vinho branco que Blair havia pedido. Blair ria de alguma besteira proferida por Rachel quando seu sorriso se esvaiu. Problemas estavam a caminho.
- Que bela cena. – disse Mischa ao se aproximar das suas garotas. A menina estava caminhando pela cidade a procura de um apartamento para morar, já que não queria mais ficar sobre o teto da avó.
- Mischa? – Rachel se assustou ao ouvir a voz da garota. – O que faz aqui?
- Não deveria ser eu a fazer essa pergunta, Rachel? – Mischa a fitava com decepção nos olhos. – E eu que estava me sentindo um monstro por todas as coisas que fui obrigada a dizer para você, enquanto você está aqui com sua ex-namorada, se é que não reataram, tomando vinho, comendo e rindo como se não houvesse amanhã.
- Não entenda de forma errada. É uma longa história. – Rachel mordia os lábios de nervosismo.
- Você tem razão. É uma longa história o que você tem com essa garota, e aparentemente, ela não vai parar de ser escrita não é mesmo? – Mischa tinha algumas lágrimas nos olhos.
- Mischa, se acalme. Não é nada do que você está pensando. Nós só saímos para almoçar, não há nada demais nisso. – Rachel fitou a menina.
Mischa fitou Rachel e seus olhos estavam furiosos. Porém, a menina percebeu algo que a deixou incrédula. Havia arranhões nos ombros de Rachel e esses iam até as suas costas. A menina se aproximou de Rachel que esperava uma resposta e deslizou a mão pelos arranhões. Rachel ficou pálida e gélida.
- Quer dizer que você já foi até para a cama com essa vadia? – Mischa tentava segurar as lágrimas, mas foi em vão.
Rachel ficou sem folego e não conseguia se quer abrir a boca para responder algo. Agora sim tudo estava de cabeça para baixo. Como Mischa poderia acreditar no seu amor se ela tinha marcas de outra garota no corpo. Blair até então apenas observava a cena, logo, essa se levantou e foi até Rachel verificar as marcas em seus ombros.
- Eu não fiz nada disso. – Blair fitou Misch pela primeira vez. – Essas marcas não são minhas, pode ficar contente. E sobre eu ser uma vadia, acho que estamos juntas nessa não é mesmo? Afinal, você também destruiu um pouco dela.
Mischa ouvira as palavras de Blair como se estivesse pisando em cacos de vidro. Ela estava certa, não sobre as marcas, mas sobre a sua atual condição. Ela e Blair haviam cometido o mesmo “erro”, independentemente das razões que as levaram a isso, elas eram iguais.
- Me perdoe, não quis ser grosseira. – disse Mischa fitando a garota de olhos azuis.
- Não me deve desculpas, e se quer saber, se essas marcas fossem minhas eu admitiria. – Blair agora fitava Rachel. – E quanto a você, vá para casa.
- Não posso ir para casa, eu preciso resolver toda essa situação. – Rachel bagunçava os cabelos. – Eu não quero perder ninguém, mas eu não sei o que fazer.
- Eu sei. – Blair fitava-a sem nenhuma expressão. – Por isso estou te mandando ir para casa. Aqui estão as chaves. – a menina entregou lhe as chaves e deslizou a mão pelo seu rosto. Mischa fitava a cena sem dizer nada.
- O que você vai fazer? – Rachel a fitava com os olhos lagrimejados.
- Vou cuidar de você. – sussurrou Blair no ouvido da menina. – Agora vá! Por favor. 

Rachel estava confusa e não conseguia entender o que se passava na cabeça de Blair. Por outro lado, ela estava em maus lençóis. A menina saiu a caminhar com a cabeça baixa. Estava envergonhada. Onde ela estava com a cabeça? Porque Mischa ficou tão irritada se ela havia terminado tudo? Rachel tentava entender o que realmente estava acontecendo. Não havia respostas.
- Porque você a mandou para casa? – perguntou Mischa fitando a menina.
- Rachel não saberia lidar com essa situação. – Blair respirou fundo. – Quer conversar? Talvez você devesse.
Mischa fitou a menina e não conseguia acreditar nas palavras que saiam da sua boca. Porém, ela precisava desabafar com alguém. Havia um turbilhão de pensamentos em sua mente e ela tinha vontade de chorar o tempo todo. Podia parecer surreal, mas havia certa sinceridade nos olhos de Blair, isso a deixou surpresa.
- Ok. – respondeu Mischa se sentando no lugar que antes era ocupado por Rachel.
- Diga me, porque terminou com Rachel? – Blair fitava a menina enquanto voltava a comer seu prato.
- É muito complexo. – Mischa suspirou e fitou a rua. – A Rachel é uma garota incrível, mas seria tão complicado desafiar toda a minha família para ficar com ela, e veja só, ela já esta dormindo com outra pessoa. Não sei se valeria apena causar uma guerra com a minha família por causa dela.
- Mas ela te ama. – disse Blair fitando seu prato e cortando um pedaço de peixe.
- Porque está dizendo isso? – Mischa a fitou incrédula.
- Porque é a verdade. – Blair agora fitava a menina. – Rachel é um tornado. Ela não consegue ser racional quando há sentimentos envolvidos. Ela tem um vazio muito grande dentro de si e busca completa-lo com pessoas, álcool e sexo. Porém, no final disso tudo ela precisa ter alguém para lhe estender a mão.
- Mas eu não posso aguentar isso. – Mischa revirava os olhos. – Se ela quer ter uma história comigo ela precisa mudar, ela precisa se controlar. E quando eu a vi desafiando minha avó na sala, eu percebi que ela sempre será assim. Impulsiva.
- Você tem razão sobre isso, é só que ela precisa de alguém. Alguém como você. – Blair a fitava, seus olhos demonstravam uma profundidade tremenda.
- Alguém como eu? O que está dizendo? Porque está fazendo isso? Você não a ama? – Mischa estava agitada.
- Sim, eu amo. Sempre amei e assim sempre será, mas eu não posso ficar com ela. Nunca pude. – Blair fitava a rua a sua frente.
- O que está dizendo? – Mischa a fitou.
- Rachel foi a única pessoa que me fez conseguir sorrir em meio a um turbilhão de dores. Ela cuidou de mim como ninguém havia feito, mesmo sem saber de nada, ela cometeu seus erros, mas nunca deixou de estar presente e me deixar segura. – Blair tinha lágrimas nos olhos.
- Se você realmente a ama e sente tudo isso por ela, porque desistiu de continuar a história de vocês? – Mischa olhava com compaixão para a menina.
- Nossa história jamais teria um final feliz. – uma lágrima escorreu do rosto da menina. – E Rachel, ela precisa de um final feliz. Ela precisa encontrar um amor saudável e não um amor suicida. 

- E porque não você? – Mischa a fitou.
- Quer mesmo sabe? – Blair secou as lágrimas e a fitou.
Mischa fez um sinal positivo com a cabeça e continuou a fitar a menina de cabelos castanhos. Blair tinha uma expressão calma e serena no rosto, mas seus olhos denunciavam plena tristeza. O que havia por tras dos sorrisos debochados e de toda a supremacia daquela garota. Mischa não conseguia entender tudo o que acontecera nos últimos dias, mas estar sentada a frente de Blair prestes a ouvir sobre seus mistérios, era a coisa mais bizarra que poderia acontecer. Porém, ela não se sentia incomodada, ela olhava para Blair como se quisesse entende-la e aliviar toda a sua angustia. Blair apenas sorria.
- Não serei melodramática ou poética, mas a verdade é que eu tenho leucemia desde os sete anos. Meus pais me levaram nos melhores médicos do mundo para me curar, mas foi em vão. Havia tanto sofrimento naquela casa que minha mãe cometeu suicídio na madrugada do meu aniversário de 12 anos e meu pai enlouqueceu logo em seguida. Ele abandonou os negócios, a sanidade e a mim. Meus avós não tinham condições de cuidar de mim, por isso me mandaram para o West Dynamik.
- E porque não contou isso a ninguém? – Mischa tentava controlar a fala, mas suas mãos tremiam.
- Não queria ter olhares de pena ou suicídios perto de mim. – Blair tinha o olhar frio e serio. – Eu queria que as pessoas vissem que eu era uma pessoa segura e que não precisava de ninguém. Afinal, eu não tinha ninguém. Até ela aparecer. Mesmo sem asas, ela era o meu anjo protetor.
- Rachel?
- Sim.
- Porque nunca contou a ela?
- Ela me amava demais. Estava louca por mim. Se eu dissesse tudo o que se passava ela não aguentaria. – seus olhos voltaram a ficar lagrimejados - Iria enlouquecer como o meu pai e quem sabe se matar como a minha mãe. Eu não podia ver a pessoa que eu mais amava no mundo se definhar.
- Por isso foi embora?
- Sim. Era mais fácil ter o seu ódio do que seu sangue em minhas mãos.
- Porque resolveu me contar sobre isso? – Mischa tentava manter a calma em sua voz, mas sua vontade era de deixar as lágrimas escorrerem.
- Porque eu quero que você cuide dela. – Blair a fitou. – Não estou pedindo para reatarem ou você criar a terceira guerra mundial com a sua família, estou apenas pedindo que me prometa que quando tudo isso acabar você estará por perto dela.
- Quer que eu faça uma promessa? – Mischa fitava os olhos da menina.
- Sim. Apenas prometa isso, e eu poderei dormir em paz.
- Eu prometo, Blair. – respondeu Mischa fitando-a e botando sua mão esquerda sob a dela. 

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